Segundo dia caminhando por Paris: da Champs Élysées à Torre Eiffel

@Sandra Nozaki (Arquivo Pessoal)



Segundo dia em Paris, depois do café da manhã. Era por volta de 9 horas quando eu e a Patrícia começamos a nossa caminhada pela Cidade Luz. Descemos a Rue d'Amsterdan e fomos até a Place de la Concorde. Dessa vez, fizemos o caminho contrário do Jardim das Tulherias, indo em direção a Avenue des Champs Élysées.



Subindo a Champs Elysées

Conhecida pelos franceses como La plus belle avenue du monde ("A mais bela avenida do mundo"), a Avenue des Champs Élysées é a mais famosa avenida de Paris e também a mais cara. Tem quase 2 km de extensão, começando na Place de la Concorde e terminando no Arco do Triunfo. Nos dois lados da avenida, encontramos cafés, restaurantes, cinemas e lojas de marcas famosas e grifes de luxo. Enquanto caminhava, lembrei do refrão dessa música do cantor franco-estadunidense Joe Dassin:

"Aux Champs Élysées, aux Champs Élysées
Au soleil, sous la pluie, à midi ou à minuit,
Il y a tout ce que vous voulez
Aux Champs Élysées"

Em tradução livre:
"Na Champs Élysées, na Champs Élysées
No sol, na chuva, ao meio-dia ou à meia-noite,
Tem tudo o que você quiser
Na Champs Élysées"

De fato, a avenida é um charme só e, de tão famosa, até ganhou uma canção em sua homenagem. Paramos em duas lojas para bisbilhotar e fazer compras: uma filial da Disney Store e na Virgin Megastore. Ficamos bastante tempo nas duas lojas. Fiquei surpresa, pois até então eu achava que as lojas temáticas da Disney só existiam nos Estados Unidos e essa da Champs Élysées existe até hoje. Já a Virgin Megastore era prato cheio, um paraíso para nós que comprávamos CDs naquela época, tanto pela variedade como também pelo preço. Infelizmente, as lojas físicas da Virgin Megastore não existem mais.

Antes de chegar no Arco do Triunfo, fizemos uma terceira parada: uma cabine telefônica numa das travessas da Champs Élysées. Compramos cartões e ligamos para o Brasil (pois é, naquela época ainda não tínhamos smartphone com aplicativos de mensagem), para dar sinal de vida e avisar o nossas famílias que estávamos em Paris.


Arco do Triunfo

Subimos os quase 2 km da Champs Élysées e, finalmente, chegamos no Arco do Triunfo. Ele fica lá, majestoso, bem no meio de uma rotatória. Em um primeiro momento, percebi que não tinha farol nem faixa de pedestre para atravessar e ir até o monumento. Depois descobri que o acesso era subterrâneo e, assim, conseguimos chegar até lá.

O Arco do Triunfo foi inaugurado em 1836 em comemoração às vitórias militares de Napoleão Bonaparte. Construído em estilo neoclássico, está localizado na Praça Charles de Gaulle e, em sua base, temos o Túmulo do Soldado Desconhecido, em homenagem aos soldados que morreram na Primeira Guerra Mundial e não foram identificados. O Arco do Triunfo faz parte do chamado Eixo Histórico, entre a Place de la Concorde e Lá Défense, o centro financeiro de Paris.

Ficamos um tempo dando umas voltas, tirando fotos e apreciando a beleza do Arco do Triunfo, mas não chegamos a entrar no monumento, pois preferimos subir na Torre Eiffel. Mesmo assim, fica a dica: para chegar no topo do Arco do Triunfo, a gente tem que subir 286 degraus. Haja pernas... Na minha segunda viagem a Paris em 2015, também optei por não subir, pois já tinha visitado a Torre de Notre Dame e não tive ânimo de encarar mais uma escadaria. Aliás, acho essas escadarias em monumentos antigos uma tremenda armadilha. Aprendi a duras penas quando visitei a torre do Alcázar de Segóvia (Espanha) em 2005. A quantidade de degraus era menor, mas eram irregulares e a escadaria era em caracol, bem estreita.


E finalmente, a Torre Eiffel

Depois da visita ao Arco do Triunfo, descemos a Avenue d'Iená até chegarmos à Place de Varsovie, de onde tínhamos uma vista privilegiada da Torre Eiffel. Tiramos algumas fotos e resolvemos ir comer alguma coisa.

Atravessamos a Pont d'Iéna e chegamos ao Champs de Mars onde fica a famosa Torre Eiffel. Olhamos ao redor, mas não encontramos nenhum outro lugar para comer a não ser um trailer de lanches próximo ao carrossel no Quai Branly (hoje em dia tem mais opções, tanto no entorno como na própria Torre Eiffel). Então acabamos indo lá mesmo. Eu fui de crepe de queijo e a Patrícia de sorvete de casquinha.

Aqui vai um parênteses: perguntei para a Patrícia se era sorvete o que ela realmente queria, por conta de algo bem anti-higiênico que observei. O senhor que operava a máquina de sorvete segurava a casquinha sem guardanapo nem nada e, depois, pegava as moedinhas que recebia de pagamento. Ou seja, a mão que contava dinheiro era a mesma que preparava o sorvete. Ainda bem que não aconteceu nenhum efeito adverso com ela. Já ouvi relatos de quem teve intoxicação alimentar em plena viagem de férias e passou por um apuro daqueles...

Projeto do engenheiro Gustave Eiffel, a Torre Eiffel foi construída para a Exposição Universal de 1889, ano em que se comemorava o centenário da Revolução Francesa. Com 324 metros de altura, essa icônica torre de ferro levou dois anos para ser construída e foi considerada o monumento mais alto do mundo até a construção do Edifício Chrysler, em Nova York, em 1930.

Na verdade, a Torre Eiffel foi construída para ser uma estrutura temporária e seria demolida depois de 20 anos. No entanto, pela sua altura, viram que a torre tinha o potencial para ser uma antena de transmissão de rádio e desistiram da demolição. Ainda bem, pois ao longo dos anos, a Torre Eiffel se tornou não apenas o monumento mais visitado do mundo, como também o símbolo da cidade de Paris.

Chegamos na base da Torre Eiffel e entramos na fila para comprar os ingressos. Se for para subir de elevador, o preço varia conforme a plataforma onde você quer ir (são três plataformas) e quanto mais alto, mais caro é o valor. O acesso até o topo da torre, depende muito das condições climáticas do dia. Se for uma dia de vento forte, a subida não é permitida. Outra opção é pagar um preço único para subir pela escadaria e chegar até onde o fôlego permitir.

Se não me engano, nesse dia, o topo da Torre Eiffel estava fechado para visitação, então compramos ingressos até a segunda plataforma. Entramos numa outra fila e pegamos o elevador (de dois andares e apinhocado de gente) até lá. Os antigos elevadores foram substituídos, como passar do tempo, por outros mais modernos e rápidos, então a subida não demorou muito. Um detalhe interessante é que a subida e a descida para a primeira e segunda plataformas são feitas na diagonal. Já o acesso para o topo é feito por um outro elevador que sai da segunda plataforma e sobe e desce na vertical.

A segunda plataforma possui dois pavimentos. A parte superior é toda fechada com vidros. Já a inferior é maior e possui uma área externa para observação, cujo acesso é feito através de portas de vidro. Apesar de bem conservada, só estando lá em cima mesmo para ver os detalhes da estrutura metálica e daí percebemos como a Torre Eiffel é realmente antiga.

Acho muito legal que a gente ainda tenha lugares assim para visitar no mundo. Fiquei pensando em todos os visitantes que lá já estiveram, desde a inauguração no século XIX, passando pelo século XX e no quanto eu, a Patrícia e todas aquelas pessoas éramos privilegiadas por ainda poder visitar a Torre Eiffel em pleno século XXI.

Passamos um bom tempo na segunda plataforma, apreciando a linda vista de Paris e tirando mais fotos. Depois pegamos o elevador até a primeira plataforma, mas não ficamos lá por muito tempo. Naquela época não havia muitos atrativos, apenas um restaurante que estava fechado depois do horário do almoço. 

Depois de visitar a Torre Eiffel, subimos a Avenue George V, descemos a Champs Élysées em direção a Place de la Concorde e fizemos o caminho da roça de volta ao nosso hotel para descansar. No dia seguinte, o plano era ir um pouco mais longe, até o Palácio de Versailles.


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