Review: viajando de Flixbus para a Polônia

Flixbus no Portão de Brandemburgo
Flixbus no Portão de Brandemburgo em Berlim (Fonte: FlixMobility)

Para fazer o trecho de ida e volta de Berlim (Alemanha) para Estetino (Polônia) optamos por usar os serviços da empresa de ônibus Flixbus. Neste post, vou te contar sobre a compra das passagens e o serviço, como foi o embarque e a viagem de ida e volta entre a Alemanha e a Polônia, além de outras informações.


Quando pensamos em viajar pela Europa, normalmente consideramos viajar de trem ou comprar um bilhete para voar por uma companhia aérea low-cost. Entretanto, apesar de todo o glamour das viagens de trem e o preço atraente das companhias aéreas de baixo custo, descobri que pode não ser o meio mais econômico ou conveniente de viajar pela Europa.

As tarifas dependem do trecho, da época do ano em que você viaja e a antecedência com que a compra é feita. Quanto mais perto da data da viagem, mais cara a passagem. Só para lembrar, o mês de julho é sempre  a alta temporada, quando tudo é mais caro e o fluxo de viajantes é maior.

Comprei as passagens pelo site europeu da Flixbus com três meses de antecedência, assim que liberaram as vendas para o mês de julho. Cada passagem saiu por 8 Euros o trecho. Foram 16 Euros no total, para ida e volta entre Berlim e Estetino, mais uma pequena taxa operacional.


Flixtrain
O Flixtrain, que opera apenas na Alemanha e possui duas linhas (Fonte: FlixMobility)

A Flixbus possui um aplicativo que você pode baixar no celular e é possível comprar a passagem por ali também. Este oferece as informações sobre a viagem, o itinerário, localização do ônibus e tudo mais. Você tem a opção de imprimir o bilhete ou usar o código QR no próprio aplicativo. No meu caso, optei pelo papel, pois ainda não sabia se teria internet móvel durante a viagem.

Considerando que cada passageiro pode levar uma bagagem de mão e despachar uma mala no bagageiro do ônibus, achei um ótimo custo benefício para uma viagem de duas horas apenas. Não marcamos assento, para isso você tem que pagar um adicional, como em toda companhia low-cost.

A Flixbus foi fundada em 2013 por três jovens empreendedores alemães: Daniel Krauss, Jochen Engert e André Schwämmlein. A empresa começou a crescer rapidamente e em 2015 já operava em outros países da União Européia como Espanha, França, Holanda e Inglaterra. Segundo o site, a Flixbus já transportou mais de 100 milhões de passageiros em todas as suas rotas. Em 2018, inauguraram o Flixtrain, serviço de trens que opera apenas na Alemanha, ligando as principais cidades alemãs em duas linhas diferentes.

Atualmente, a empresa expandiu o serviço de ônibus para os Estados Unidos. Opera essencialmente na Costa Oeste americana, sendo que os itinerários cobrem todo o estado da Califórnia até Las Vegas (Nevada) e Phoenix (Arizona).


Flixbus founders
Os fundadores da empresa Flixbus: Daniel Krauss (esq), Jochen Engert (meio)
e André Schwämmlein (dir). Fonte (FlixMobility)


Para a rota Berlim-Estetino, a empresa oferece três pontos de embarque: o Berlin Zob (rodóviária), o Aeroporto de Berlim-Tegel e a Alexanderplatz. Por questão de conveniência e praticidade, escolhi este último como nosso ponto de embarque. Para a viagem de volta, escolhi o desembarque no aeroporto, já que eu e parte do grupo pegaríamos um voo de volta para Madrid.

Fizemos check-out no hotel e em cinco minutos de caminhada chegamos na parada dos ônibus da Flixbus, sinalizada por uma placa com o nome da empresa, na avenida de frente ao Park Inn Hotel. Chegamos cedo, com mais de 15 minutos de antecedência, conforme recomendação da própria empresa.

O ônibus chegou dez minutos antes da partida, que seria às oito da manhã. O motorista abriu a porta do bagageiro e o povo começou a se aglomerar para guardar as malas. Cada um (sim, cada um por si) encaixou a sua própria mala no compartimento. Confesso que senti falta dos auxiliares que cuidam da nossa bagagem nas rodoviárias, mas também não sei se, por ser uma parada externa, a gente tenha que se virar com as malas.

De qualquer forma, concluí eu, é função do motorista conduzir o veículo, não guardar nossas bagagens e, lá na Europa, eles devem levar isso ao pé da letra. Ou então, sou eu que estou mal acostumada mesmo...

Flixbus passenger checking in
Fazendo check-in no Flixbus (Fonte: FlixMobility)

Mostrei o papel da nossa passagem para o motorista que leu o código QR impresso através de um aplicativo no celular dele. Embarcamos, eu e o meu grupo, e nos acomodamos nas poltronas da frente. O ônibus era novo, bastante limpo e as poltronas eram confortáveis. Para quem quiser, há tomadas para carregar aparelhos eletrônicos e wi-fi disponível para os passageiros. Tem também aquelas mesinhas que abrem e fecham, como nos aviões, para quem quiser fazer um lanche à bordo ou usar o notebook.

O ônibus partiu da Alexanderplatz era quase 8h10. Percebi que o motorista deu um tempo para ver se chegava mais passageiros e também vi alguns comprando passagens ali na hora pelo aplicativo. De lá, não demorou muito e já estávamos na estrada.

O trajeto até Estetino foi bem tranquilo em uma estrada excelente. Duas pistas e uma reta só, mas não era daquelas tão faladas "autobahns" sem limite de velocidade. Havia vários carros trafegando, mas nada comparado com as estradas lotadas de São Paulo, e o trânsito fluiu bem. 

Depois de exatamente duas horas, chegamos ao nosso destino. Não há nenhum posto ou marco que delimite a fronteira entre Alemanha e Polônia. Só descobri que já estava em território polonês quando vi um carro da polícia local e as placas de sinalização. 

O ponto de desembarque em Estetino era ao lado da estação de trem (Szczecin Glówny). Antes, o ônibus fez uma parada rápida em um distrito chamado Warzymice para o desembarque de passageiros. 

O tempo deu uma virada no meio do caminho e chegamos com chuva leve. Como o ponto do Flixbus era em local aberto e a calçada estreita, outra aglomeração se formou para pegar as  bagagens e sair dali o mais rápido possível. Pegamos as nossas malas e corremos até a estação de trem para nos abrigar da chuva e, de lá, formos de táxi para o hotel, no centro da cidade.



Quatro dias depois, na viagem de volta, embarcamos novamente no ônibus da Flixbus nesse mesmo ponto, próximo à estação de trem, com destino ao Aeroporto de Berlim-Tegel. Pelo que percebi, o motorista era o mesmo que nos trouxe na vinda para a Polônia. 

Assim que passamos a fronteira e entramos na Alemanha, o ônibus onde estávamos foi parado pela polícia alemã para inspeção de rotina. Todos os passageiros apresentaram documentos, responderam algumas perguntas e, depois de uns 20 minutos, o ônibus foi liberado para seguir viagem. Como nosso voo para Madrid sairia no começo da noite, então não me preocupei com o tempo.

Para concluir, achei que viajar de Flixbus vale a pena, tanto pelo custo-benefício como pela facilidade de comprar as passagens online e a variedade de itinerários por toda a Europa. Os ônibus são novos e confortáveis, mas digo isso considerando que o trajeto que peguei foi curto. Não sei se para viagens mais longas o serviço é bom, mas deve ser bacana para ver os locais e paisagens ao longo do percurso.  Se a viagem durar mais que seis horas, talvez vale a pena pagar um pouco mais e viajar de avião ou trem-bala, se houver, para ganhar tempo. Como cada viagem é diferente, daí temos que analisar o bolso (principalmente), o tempo disponível e a nossa disposição para optar pelo que é melhor e mais proveitoso. ;)



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