Chegando em Paris pela primeira vez


Arquivo Pessoal


Depois da volta de Barcelona, eu a Patrícia fizemos as malas para viajar a Paris. Acordamos de madrugada, quando ainda estava escuro e chamei um táxi pelo telefone (santo livrinho de conversação em espanhol). Ninguém havia acordado quando deixamos a casa em Las Rozas para ir ao Aeroporto de Barajas. Embarcaríamos no voo da Air Europa às 8h da manhã.




Já em Barajas, enquanto aguardávamos a chamada para o embarque, aconteceu algo inusitado. Um senhor chinês se aproximou de nós e perguntou algo, em chinês. Como sei que era chinês? É que entendo um pouco de japonês e sei identificar o idioma coreano. Olhei para ele e, em inglês, pedi desculpas e disse que não éramos chinesas. Pela expressão no rosto dele, ficou bastante surpreso (para não dizer chocado) com a minha resposta e foi embora. Se ele estava perdido no aeroporto, coitado, ficou mais ainda.

Voar de Madrid a Paris leva uma hora e meia. O voo saiu no horário, foi tranquilo e desembarcamos no Aeroporto Charles de Gaulle. Como França e Espanha fazem parte da Zona Schengen, o desembarque é como se fosse doméstico, não precisamos passar por Imigração e vamos direto para as esteiras de bagagem. Como levamos apenas bagagem de mão, pois seriam poucos dias em Paris e eu não estávamos pensando em compras, então fomos direto para a saída.

O nosso pacote para Paris, adquirido na Espanha mesmo, incluía passagem aérea de ida e volta pela Air Europa, três noites de estadia em hotel duas estrelas e o translado do aeroporto para a cidade (e vice-versa). Nosso motorista esperava por nós no desembarque, segurando uma plaquinha com o nome da agência de viagem. Fomos até ele, nos identificamos e, então, fomos para a Van. 

Durante o trajeto até Paris, quebrando o silêncio sepulcral dentro da Van, o motorista me pergunta se falo espanhol. Respondo que sim, só um pouquinho, mas digo que falamos português. De repente ele se vira para nós com olhar assustado e, com sotaque de Portugal, nos pergunta de onde somos, já que falamos português. Em meio à surpresa e muitas risadas, respondo que somos do Brasil. Muito perplexo, o motorista nos pergunta por que tínhamos feições asiáticas se éramos brasileiras. Daí, como já acontecera em outras ocasiões, tive que contar toda a história da imigração japonesa no Brasil. Por sua vez, o motorista (infelizmente não lembro o nome dele) nos disse que sua família havia imigrado para a França fazia trinta anos e ele, como filho mais velho, era o único que ainda falava português. E assim a conversa continuou até chegarmos no hotel. Claro, o assunto futebol, seleção brasileira e Felipão não ficaram de fora, já que estávamos em plena Copa do Mundo do Japão e Coréia.

Nosso hotel ficava na Rue d'Amsterdam e, se não me engano, era o New Hotel Saint Lazare. O quarto  era bem pequeno, tinha só as camas e uma televisão pequena na parede. O banheiro era minúsculo e o chuveiro era uma ducha de mão presa num suporte no alto do box. Apesar da falta de espaço, a acomodação nos serviu bem durante os quatro dias em Paris. O café da manhã estava incluído na diária, não tinha muita variedade (o espaço do buffet era bem limitado), mas era tudo muito bom e tinha até uma máquina automática de bebidas quentes. A localização do hotel era boa, perto do Boulevard Haussmann e da Ópera de Paris, a poucos metros da estação Liége do metrô e da Gare Saint Lazare (trem).

Chegamos no nosso hotel, fizemos o check-in e nos acomodamos. Deixamos nossas bagagens e, sem perder tempo, começamos a bater perna por Paris. Quando voltou ao Brasil, minha tia me deu um mapa da cidade, o qual estudei com calma e cuidado ainda em casa. Como não teríamos muitos dias na Cidade Luz, montei roteiros para contemplar os pontos turísticos principais. Basicamente esses roteiros eram a pé, não apenas para apreciar a charmosa arquitetura parisiense, como também para ver com os próprios olhos as diferentes regiões da capital francesa e ganhar uma noção do seu espaço. 

No próximo post, vou falar sobre o roteiro que eu e a Patrícia fizemos nesse primeiro dia em Paris, o que vimos e por onde passamos.

Leia também:

Fim de semana em Barcelona - Parte 1

Fim de semana em Barcelona - Parte 2

Fim de semana em Barcelona - Parte 3




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