Bairro de Las Rozas (Madrid) |
A primeira vez que coloquei os pés em terras do Velho Continente aconteceu exatamente no dia 17 de junho de 2002. Era começo do verão europeu e a bola já rolava na Copa do Mundo no Japão e na Coréia quando eu e a minha amiga, a Patrícia, desembarcamos no Aeroporto de Barajas em Madrid. O voo de São Paulo para a Espanha foi pela extinta VARIG, que partiu pontualmente do Aeroporto de Guarulhos, e a travessia do Atlântico foi bem tranquila. Passei uma parte da viagem de 10 horas estudando um pouco de espanhol em uma guia de conversação que comprei para aprender a falar o necessário para as duas semanas que passaria lá.
Minha tia, que havia sido mandada para a Espanha, pela empresa onde trabalhava, alguns meses antes, não pôde nos buscar no aeroporto por causa do serviço. Então pegamos um táxi até a casa que ela dividia com duas outras colegas brasileiras no bairro de Las Rosas. Achei um tanto longe a distância entre Barajas e Las Rozas, na época pagamos uns 30 Euros a corrida. Chegando lá, peguei a chave da casa que ela tinha deixado embaixo do tapete na entrada, conforme o nosso combinado. Abrimos a porta, entramos e nos acomodamos no quarto de hóspedes, seguindo as instruções de um bilhete deixado em cima da mesa de jantar. A casa era grande, tinha quatro pavimentos, um quintal nos fundos e ficava em um condomínio fechado com piscina. Dei o apelido de "a casa das analistas" para o lugar, já que as três moradoras eram profissionais de TI.
A casa das analistas |
Não demorou muito e minha tia chegou em casa (saiu mais cedo trabalho). Saímos para caminhar pelo bairro de Las Rosas, fomos até o centro comercial (como os espanhóis chamam os shopping centers), demos uma olhada nas lojas e voltamos. Passamos o resto do dia descansando, não só por causa do jetlag, mas também pelo calor seco de Madrid. Mais tarde, conhecemos a Luiza e a Joana, as outras duas moradoras da casa, e o Miguel, colega de trabalho delas e também brasileiro. Ele e outros dois rapazes também foram mandados pela empresa para trabalhar na Espanha. Morava sozinho em um apartamento ali nas redondezas. Como ele dava carona para elas, passava todos os dias na casa das analistas pela manhã e na volta do trabalho, tomava café da manhã e jantava lá também.
A piscina do condomínio |
A casa estava sempre de porta aberta (literalmente) e os outros colegas de trabalho delas, tanto brasileiros como chilenos, passavam por lá para dar um "olá" e tomar um cafézinho. Segurança pública não era uma preocupação no bairro, que era muito tranquilo. Era de noite que a praça em frente ao condomínio bombava de gente. Os moradores saíam para passear com os filhos e pets ou tomar cerveja na charmosa lanchonete da praça e ficavam na rua até depois de escurecer, por volta das 22 horas. Pelo que me disseram, isso é costume lá na Espanha e, mesmo no inverno, as pessoas têm o hábito de sair para as ruas à noite. Constatei esse fato quando fui de novo para lá, no inverno em 2005.
Assim que chegamos, soubemos que haveria uma greve geral na Espanha no dia 20, uma quinta-feira. Me disseram que nada funcionaria e nem aviões decolariam. Então, tive que repensar o roteiro que eu havia pesquisado e planejado ainda no Brasil. Cheguei em Madrid já conhecendo as linhas do metrô e trem (imprimi e levei os mapas) e depois me falaram do ônibus que ia do bairro até o centro. Nessa viagem, que duraria 15 dias, além de Madrid visitaríamos também Paris (pacote de 4 dias) na semana seguinte. Minha tia queria viajar conosco no fim de semana para algum lugar (na Espanha ou outro país da UE) e, no final, acabamos indo para Barcelona na última hora e no improviso.
Sem perder tempo, no dia seguinte acordamos cedo, tomamos café da manhã (as analistas já tinham saído para o trabalho) e começamos os passeios do dia no centro de Madrid.
Continua no próximo post...
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