Nos dias em que ficamos em Madrid, virou basicamente rotina eu e a Patrícia usarmos o ônibus para ir ao centro. Fazíamos uma caminhada curta até o ponto e não demorava muito para a linha do bairro passar e embarcarmos. O lado prático é que não precisava dar sinal para o coletivo parar. O próprio motorista, quando via que tinha passageiros aguardando, parava o veículo. Pagávamos a passagem em dinheiro trocado ao subir no ônibus e recebíamos um tíquete.
Aqui vai uma dica: se você utilizar trasporte público em outros países, sempre carregue dinheiro trocado e use as moedinhas para pagar a passagem, sobretudo nos ônibus. Normalmente, à bordo só trabalham os motoristas e, na maioria das vezes, temos que pagar o valor exato da tarifa, pois eles não estão autorizados a dar troco.
Saindo de Las Rozas, levávamos por volta de 40 minutos até chegarmos na estação de Moncloa, no centro de Madrid. No primeiro dia, fizemos um itinerário a pé pelo centro da cidade. Nos outros dias, para fazer os passeios, pegávamos o metrô até a estação de trem Atocha RENFE e, de lá, fazíamos as conexões necessárias para chegar onde queríamos ir. Segue abaixo uma pequena lista dos lugares que visitamos em Madrid.
Saindo de Moncloa, seguimos caminhando pela Calle de la Princesa, tipo uma Rua Oscar Freire de Madrid (segundo eu soube depois), até chegar na Plaza de España. É uma praça pública com uma área bem grande, cujo destaque é o Monumento a Cervantes. Fizemos uma parada rápida, demos uma volta pelo local e tiramos algumas fotos.
Gran Vía
A Gran Vía é uma das avenidas mais importantes e movimentadas do centro de Madrid. Possui várias lojas e, entre elas, a Primark que é tipo uma Lojas Marisa, mas muito maior, com uma variedade enorme de produtos a preços bem em conta. De noite, a Gran Vía se transforma na Broadway madrilenha, com apresentações de teatro,shows e cinemas. No geral, acho que a agitação no centro de Madrid é maior de noite do que de dia.
Foi por ela que seguimos depois da parada na Plaza de España e caminhamos até a Plaza de Callao. Saindo da Gran Vía pela direita e atravessando a praça temos a Calle del Carmen com uma megaloja da FNAC (como aquela que existia no bairro de Pinheiros em São Paulo) a loja de departamentos El Corte Inglés, uma de frente para outra.
Puerta del Sol
Caminhando pela Calle del Carmen, entre a FNAC e o El Corte Inglés, chegamos ao marco zero de Madrid: a Puerta del Sol. Este lugar é o ponto de encontro dos madrilenhos, seja em dias normais ou em grandes comemorações. No dia 31 de dezembro, a multidão se reúne lá para aguardar a chegada do Ano Novo onde a tradição é comer 12 uvas (uma por vez, claro) nas últimas 12 badaladas do relógio até dar meia-noite no relógio da Real Casa de Correos. A estátua do El Oso y el Madroño (aquela do urso se apoiando numa árvore) que é o símbolo de Madrid, fica na Puerta del Sol também.
Quando lá estive em 2002, a Puerta del Sol era o lugar preferido dos batedores de carteira, normalmente ciganos. Daquele tempo para cá, a polícia de Madrid conseguiu resolver esse problema e tornar o local mais seguro para os madrilenhos e, principalmente, para os turistas. Mesmo assim, é bom prevenir, ficar sempre de olho nos pertences e atitudes suspeitas de outras pessoas.
Plaza Mayor
Seguindo pela Calle Mayor, basta se adentrar por qualquer uma das ruelas do centro histórico que chegamos à Plaza Mayor, um dos pontos turísticos mais famosos de Madrid. É uma charmosa praça fechada cercada de edifícios antigos, com cafés, restaurantes e lojas de souvenirs ao redor, um passeio muito agradável. Cada cidade espanhola, grande ou pequena, tem a sua Plaza Mayor, que antigamente era o ponto de encontro das pessoas, onde se reuniam para assistir as touradas, as inquisições e execuções.
Caminhando pela Calle Mayor encontramos mais algumas lojas de souvenirs e, no final dela, chegamos ao Palácio Real de Madrid. Embora seja a residência oficial dos Reis da Espanha, eles não moram ali e o local é usado mais para eventos importantes. Possui uma ala que é aberta à visitação pública em que você segue um determinado itinerário, passando por grandes salões e aposentos. Tanto a arquitetura como o interior são muito bonitos e luxuosos. É um passeio interessante, vale a pena conhecer e ver de perto como é o estilo de vida do monarca espanhol.
Assim como no Palácio de Buckingham, acontece a troca da guarda no Palácio Real de Madrid também. Infelizmente ainda não tive a oportunidade de presenciar, mas parece ser uma cerimônia muito bonita e bem legal de assistir.
Museo del Prado
No segundo dia de passeios em Madrid, descemos na estação de Atocha RENFE e começamos nossas andanças pela região do "Triãngulo da Arte", que engloba os museus Thyssen-Bornemisza, Reina Sofía e Prado. Os dois primeiros ficam perto da estação, já este último requer uma caminhada pelo Paseo del Prado, uma avenida larga, reta e bem arborizada. Em frente ao prédio do museu, há uma estátua do pintor Diego Velázquez, artista oficial da família real espanhola, durante o reinado de Felipe IV. Um dos seus quadros mais famosos, "Las Meninas" (1656), que retrata a Infanta Margarida Tereza e suas damas de companhia, faz parte da coleção permanente do Museo del Prado.
"Las Meninas" de Diego Velázquez (Public Domain Image) |
Estávamos tirando fotos em frente à estátua de Velázquez, quando uma senhora se aproximou de mim e, em inglês, me pediu para tirar uma foto dela e do marido. Pelo sotaque, percebi que era brasileira e, depois de fotografar o casal, perguntei, em português, se eles eram do Brasil. Eles ficaram muito surpresos e todos caímos na gargalhada. Conversamos um pouco sobre os lugares que já tínhamos visitado em Madrid quando essa senhora me contou que havia sido furtada justamente na Puerta del Sol no dia anterior e que era para tomarmos cuidado com as nossas bolsas. Disse a ela tínhamos estado lá no dia anterior, mas que não vimos nada nem ninguém suspeito. Nos despedimos deles e seguimos nossos caminhos.
A estátua do pintor Diego Velázquez em frente ao Museo del Prado |
Continuamos a caminhada pelo Paseo del Prado até chegarmos em uma rotatória onde se encontra a Fonte de Cibeles, inspirada na deusa grega da fertilidade e construída em 1782. Está instalada no local atual desde 1895. O prédio junto á fonte, que tem uma arquitetura muito bonita, é o Palácio das Comunicações e é onde funciona a Prefeitura de Madrid.
Paseo del Prado |
Seguimos então pelo Paseo de Recoletos, passamos pela Plaza de Colón e, então, paramos para almoçar no Hard Rock Cafe de Madrid. Depois do almoço, fizemos o caminho de volta a Las Rozas antes que chegasse a hora do rush em Madrid. No dia seguinte, aconteceria uma greve geral no país e, ainda não sabíamos que nosso próximo destino seria Barcelona.
Enfim, acredito que caminhar e se misturar à multidão é uma ótima maneira de se conectar a uma cidade quando você a visita pela primeira vez. É uma forma de conhecer e saber como ela funciona, se organiza e como vive o cidadão comum. E os dois dias de andanças por Madrid desempenharam bem essa função. Hoje já consigo me localizar e me locomover pela capital espanhola com mais desenvoltura. Prestes a visitá-la pela quarta vez, suas ruas, arquitetura e o jeito de ser do povo, já me soam familiares e me fazem sentir super em casa.
Leia também:
DESEMBARCANDO EM MADRID PELA PRIMEIRA VEZ
Nenhum comentário:
Postar um comentário