Viajando em época de Copa do Mundo

Praia de Sitges, Catalunha 


Junho chegou e mais uma Copa do Mundo vem aí.

Não, não sou fã de futebol, ao contrário da maioria dos brasileiros. Conheço pessoas que até tiram férias para assistir todos os jogos, mas não é sobre isso que vou tratar neste post.

Por duas vezes, aconteceu de eu estar fora do país, em viagem de férias, durante o torneio e foram experiências bem interessantes. Tive a oportunidade de ver como as pessoas se comportam, não só com relação ao evento, mas ao futebol em si.




Copa de 1998

Enquanto a Copa rolava na França, eu estava no Canadá. Um dos meus primos se casou em Vancouver, bem nessa época. Como faz muito tempo, não vou lembrar de tantos detalhes quanto gostaria, mas sei que assistimos um dos jogos do Brasil na casa dele. Estávamos eu, os familiares e os amigos que foram do Brasil prestigiar o casamento. Tudo na santa paz e tranquilidade na vizinhança de Burnaby, bairro onde ele morava. Alegria, indignação e comemoração, só mesmo no apartamento do meu primo. E olha que o pessoal, não fez tanta bagunça, se comportou direitinho.

No outro jogo do Brasil, estávamos em Montreal, eu e meus familiares. O casório já tinha acontecido e voamos para a Costa Leste Canadense. Passamos uma semana entre Quebec City, Montreal e Toronto. 
No dia da partida, voltamos mais cedo dos passeios, passamos no McDonald's e compramos lanches para comer no hotel durante o jogo, já que não ia dar tempo de almoçar. Lembro que nunca ouvi uma narração de jogo tão sem graça como aquela, acostumada que estou com as fortes emoções dos locutores brasileiros. 

Surpreendente foi o dia que a França ganhou da Croácia e foi para a final, junto com o Brasil. Nós tínhamos ido ao Eaton Centre no centro de Montreal  e, quando saímos de lá, a Rue Sainte Catherine estavam tomada de pessoas comemorando a vitória do time francês para disputar a final da Copa contra o Brasil. Usavam camisas da seleção francesa e desfilavam com a bandeira da França. Comemoração pura e simples, nada de fogos de artifício nem baderna. Já tinham me falado que os "Quebecois" (franco-canadenses) se consideravam cidadãos franceses. Foi o que deu para constatar nesse dia.

Meu avião aterrissou no Brasil bem cedinho, no dia da final entre Brasil e França. Bem, o resultado do jogo e os acontecimentos daquele dia, a tristeza, frustração e tudo mais, creio que nem precisa lembrar, né?


Copa de 2002

Foi no começo daquele ano que minha tia foi a trabalho para a Espanha pela primeira vez e também marcou a minha estréia em terras do Velho Continente. Achando que eu nunca mais teria outra chance de ir para a Europa, lá fui eu, viajar em plena época da Copa do Mundo de novo. Como a gente se engana. Nem tinha me ligado no evento, marquei a data da viagem mais por causa da amiga que iria comigo, já que ela tinha conseguido férias para aquele período.

Quando desembarcamos no Aeroporto de Barajas, a Copa do Mundo Japão-Coréia já estava acontecendo. Nos dias seguintes, passeamos pelo centro de Madrid e no fim de semana fomos para Barcelona com minha tia e mais dois colegas dela, um brasileiro e outro chileno. Chegando em Sitges, já no litoral da Catalunha, é que soubemos que era dia do jogo Brasil x Inglaterra pelas quartas de final, com a vitória da nossa seleção. O colega brasileiro entrou num bar para perguntar sobre o jogo. Por causa do fuso horário, a partida já tinha acontecido de manhã bem cedo. Satisfeitos com o resultado do Brasil, seguimos viagem para Barcelona.

Os jogos das semifinais aconteceram bem na semana em que eu e a minha amiga estávamos em Paris. Ficamos três dias na capital francesa. No dia que aconteceu o jogo entre Brasil e Turquia pela semifinal da Copa, nossa programação foi bem intensa. Fomos conhecer o Palácio de Versailles pela manhã e, na volta, descemos perto da Torre Eiffel e embarcamos no Batobus em um passeio pelo Rio Sena. Lembrei do jogo quando desembarcamos na Île de la Cité, perto da Catedral de Notre Dame. Estava me perguntando quem tinha ganhado, mas logo tive a resposta. Para minha surpresa, vi muitas pessoas usando verde-amarelo na praça em frente à igreja. Observando bem, muitos lá nem brasileiros eram, mas percebi o quanto nossa seleção era a favorita e o tanto de gente que estaria torcendo pelo Brasil.

Já estávamos de volta a Madrid na final entre Brasil e Alemanha.Tudo tranquilo na vizinhança de Las Rosas. Era nosso último dia na Europa e minha tia combinou de reunir alguns colegas de trabalho para o almoço e assistir o jogo. Foi muito bacana, havia brasileiros e chilenos torcendo e, depois, comemorando o pentacampeonato da seleção brasileira. Ficou marcada na minha memória, a imagem do Cafu levantando o troféu e a comemoração no Estádio de Yokohama, no Japão. Fiquei imaginando a alegria do povo e como estaria a comemoração no Brasil. 

Comparando as duas viagens, achei que na Europa as pessoas estavam mais ligadas na Copa do Mundo. Até porque Espanha e França são dois países muito fortes no futebol mundial, com grandes times Real Madrid e Paris Saint Germain que o digam e ótimos jogadores. Sei que na América do Norte em geral, o futebol feminino é que tem mais força. E como mencionei no início, não sou fã do  esporte, mas até eu me peguei conversando a respeito. Seja com o motorista do transfer que nos buscou no Aeroporto Charles de Gaulle e até o balconista do setor de cosméticos da Printemps. Não tinha jeito, só de saberem que sou brasileira, já perguntavam e puxavam papo sobre o  assunto.😁

Este ano, estarei desembarcando na Europa bem no dia da final da Copa do Mundo na Rússia. Quem será que vai levantar a taça? Hum, vamos ver até lá...


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